segunda-feira, 25 de junho de 2012

O planejamento


Esta viagem estava em nossos planos havia algum tempo e, aproveitando 10 dias de férias que ainda tínhamos direito e juntando com os feriados de Carnaval, resolvemos que estaria na hora de a realizarmos. Depois de muitas pesquisas na internet, traçamos o seguinte roteiro: Vitória, Santiago do Chile, Pucón, San Martin de los Andes, Bariloche, Puerto Varas, Santiago novamente e retorno para Vitória.
Compramos as passagens aéreas pela agência CITUR, em Vitória, onde o funcionário Mauro nos conseguiu reservas para o domingo 19/02 nos vôos da TAM, para São Paulo, decolando 12:18 e, de lá para Santiago, pela LAN, decolando 18:20, chegando 21:40 LT. O retorno foi no sábado 03/03, decolando de Santiago 10:15 da manhã, chegando no Rio de janeiro (Galeão) 14:00 e, às 16:38, decolando para Vitória.
De Santiago a viagem foi num ônibus de 2 andares da TURBUS, semi-cama, saindo 8:45 e chegando a Pucón 20:00 h, CLP$26.100,00, por passageiro – detalhe: não é possível comprar pela internet, pois a empresa só aceita cartões de crédito emitidos no Chile - conseguimos que um primo de uma amiga, que mora lá, comprasse para nós e deixasse os bilhetes no hotel que iríamos ficar para passar a noite.
Fizemos todas as reservas em hotéis via booking.com
Reservamos o Hotel IBIS Santiago Estación Central, o qual fica ao lado da estação de onde partem os ônibus: US$65 reembolsáveis, diária com café da manhã,.
Em Pucón reservamos o Hotel Vientos Del Sur (novinho em folha!): US$100/noite, reembolsáveis, para duas pessoas, com café da manhã (ele fica localizado a 500 m da estação onde param os ônibus da TURBUS).
Contratamos a travessia PucónSan Martin de los Andes com www.crucedelagosandinos.cl (US$295/passageiro, pagos com cartão de crédito pela internet para www.inoutpatagonia.cl, que nos enviou via e-mail os comprovantes das reservas e do pagamento. A travessia consiste em, inicialmente, um trecho percorrido em ônibus, de Pucón até Puerto Fuy, embarque em ferryboat para navegar uma hora e meia até Puerto Pirihueico, pelo lago de mesmo nome. Passa-se pelas aduanas chilena e argentina em Paso Huahum e embarca-se na lancha Patagonia 1 para navegar durante 2 horas até San Martin de los Andes.
Em San Martin reservamos o Apart Hotel Robles del Sur, por 3 noites: US$52,5/noite, sem café da manhã, não reembolsáveis.
De San Martin fomos para Bariloche, de ônibus: ARG$60,00 para os dois (são 3 horas de viagem passando pela “Rota dos 7 lagos”).
Em Bariloche reservamos duas noite no Hotel 7 Lagos, US$27.50/noite, não reembolsáveis, sem café da manhã.
Para a travessia até Puerto Varas, já no Chile, contratamos também a www.crucedelagosandinos.cl, através da www.visitchile.cl, que nos enviou, via e-mail, os e-tickets. Pagamos US$288/pessoa, com cartão de crédito, via internet.
Em Puerto Varas reservamos 3 noites no Hostal Opapa Juan: US$70/noite, reembolsável, com café da manhã.
Para o retorno de Puerto Varas a Santiago, compramos 2 passagens aéreas na www.skyairlines.cl, partindo de Puerto Montt: US$144/passageiro, incluindo as taxas.
Ficamos mais duas noites em Santiago, no mesmo IBIS: a 1ª, de 5ª para 6ª feira, custou US$81, reembolsáveis, e a 2ª, da 6ª feira para o sábado, US$65, também reembolsáveis e, ambas, com café da manhã incluso.

1º dia – 19/2, domingo: de Vitória, ES, para Santiago, Chile


Como em todos as vezes que vamos iniciar uma viagem, acordei muito cedo e fui comprar pão fresco e outros ingredientes para preparar uns sanduiches para comermos durante o tempo em que iríamos aguardar a hora de nossos vôos – não concordamos em ser BRUTALMENTE EXTORQUIDOS nos aeroportos, pelas lanchonetes e restaurantes que exploram os turistas desbragadamente, daí levarmos nossos próprios lanches! Então, tudo pronto, malas fechadas, “farnel” dentro da bolsa térmica, descemos quando a portaria nos avisou que o táxi que solicitamos havia chegado. Já “de cara” tivemos uma primeira surpresa, pois após colocarmos as bagagens no porta-malas do táxi e embarcarmos, o motor dele não quis funcionar, parecia que a bateria tinha acabado, e tivemos que dar um “empurrãozinho” no dito cujo para ele pegar no tranco! Conseguimos partir, chegamos ao aeroporto e fomos logo atendidos, pois que estava vazio. Aí foi só esperar a hora de embarcar e, exatamente às 12h18min decolamos. No vôo da TAM para Guarulhos serviram-nos um sanduíche quente de presunto e queijo, cerveja Xingu e suco. Como despachamos nossas bagagens diretamente para Santiago (vôo TAM + LAN, parceiras), em São Paulo foi só colocarmos o selo da Infraero nos e-tickets e estávamos prontos para embarcar. Enquanto isso, saboreamos nossos deliciosos sanduíches caseiros acompanhados por uma Skol em lata (R$ 7,00!) e uma  garrafinha de água saborizada  H2OH! (R$6,50!). Às 19h15min, como previsto, decolamos rumo ao Chile. 
A LAN serviu um croissant recheado com jamón (presunto) e queso (queijo), vinho tinto ou branco, sucos e refrigerantes, além de uma salada de frutas “de anteontem” e um (isso mesmo, UM!) biscoitinho cookie Balduco! Neste momento lembramos que não é permitido entrar naquele país levando produtos de origem animal ou vegetal, quer dizer, nossos sanduíches caseiros que ainda estavam conosco teriam que ser descartados... Resolvemos, então, comê-los e, quem sabe, desembarcar com o que nos serviram a bordo para, mais tarde, os saborearmos no hotel. Quando o avião aterrissou em solo chileno, ouvimos, pelo sistema de som, que qualquer transgressão a estas regras poderiam gerar multas de até CLP$115.000.00 (pesos chilenos), ou seja, quase R$500,00! Resolvemos “abortar” nosso plano, deixamos os croissants em cima das poltronas que ocupávamos e desembarcamos. Pegamos nossas malas na esteira, passamos pela imigração e pela aduana     (alfândega), pegamos um táxi oficial, previamente pago (CLP$15.000,00 = R$60,00) e fomos, confortavelmente instalados, até o hotel IBIS Santiago Estación Central
hotel IBIS Santiago Estación Central
Aí veio a 2ª surpresa: conforme o recepcionista, Edoardo, ou pagávamos em dólar (em espécie), ou o hotel iria nos cobrar mais 19% (dezenove por cento!) de impostos, se quiséssemos pagar em CLP ou com o cartão de débito! A explicação era que, como a moeda em ambos os casos, seria local, o governo chileno cobraria esta taxa adicional (IVA) de 19%. A outra opção seria quitar com o cartão de crédito e desembolsar mais 6,38% de IOF, que o governo brasileiro instituiu... Pagamos em dólar cash, mesmo! Feito isso, só nos restou tomar um bom banho e dormir: amanhã embarcamos num ônibus para Pucón, cidade distante de Santiago uns 800 km, de onde começaremos nossas travessias pelos Lagos Andinos.

2º dia, 20/2, segunda-feira: de Santiago para Pucón

Como citei antes, reservamos também o hotel IBIS pelo booking.com, mas se tivéssemos feito direto no site da Accor, teríamos pago mais caro e sem direito ao desayuno (café da manhã). Escolhemos este hotel por ele ficar imediatamente ao lado do terminal de ônibus da empresa TURBUS, a qual, dentre as que pesquisei, tinha o horário mais conveniente para nós, saindo às 8:46 h em direção a Pucón. Um fato interessante: sem uma identidade chilena (um “RUT”) e sem um cartão de crédito emitido no Chile, NÃO se consegue comprar passagens pela internet! Nossa sorte é que temos conhecidos em Santiago, que se dispuseram a comprar para nós e deixar os bilhetes no hotel! Foi a solução encontrada já que, se fôssemos  utilizar uma agência de turismo, a conta seria bem maior. Deste jeito que fizemos pagamos CLP$26.100,00 por passageiro menos 10% de desconto, que nosso contato ainda conseguiu! Então, exatamente às 8:46 h, estávamos no terminal de buses (terminal de ônibus), plataforma 14, com um belo café da manhã tomado e prontos para encarar as próximas 11 horas a bordo de um daqueles ônibus de dois andares, mais confortáveis que as poltronas da classe econômica de qualquer vôo comercial que conheço... A estrada que pegamos é a Ruta 5, a rodovia panamericana, cheia de pedágios (eu contei uns seis até nosso destino!), muito bem conservada e sinalizada. Fizemos quatro paradas regulamentares, em quatro cidades (Los Angeles, Temuco, Chillán e Villarrica), onde desembarcam alguns passageiros e embarcam outros. As paradas são bem rápidas e, em uma delas, Mary tinha ido ao banheiro e quase ficou para trás... Lá pelas duas da tarde um dos “Comissários de Bordo” passou por todos passageiros perguntando se queriam almoço. Nós aceitamos: peito de peru com purê de batatas ou com salada, a CLP$2.600,00 = R$10,00 cada. Por volta das três e meia e após a parada em Los Angeles, ele apareceu com as quentinhas, em embalagens de isopor, guardanapos, faca e garfo de plásticos, que nos entregou e que saciaram nossa fome. Como eu já tinha comprado refrigerantes (CRUSH e Limon Soda) e uma barra de chocolate, nossa refeição foi completa! 
Pucón
Chegamos a Pucón, tendo ao fundo o vulcão Villarica, um pouco depois das 8 da noite, hora local (o Chile estava com uma hora a menos que nós no Brasil, onde estávamos no horário de verão) e fomos a pé até o hotel Vientos del Sur, também reservado pelo booking.com. É um hotel “novinho em  folha”, tudo muito confortável, limpo e funcionando, localizado a um quarteirão e meio do terminal de ônibus. E o atendimento é de primeira qualidade: todos os funcionários são muito simpáticos e prestativos. Já instalados e depois de um reconfortante banho, saímos para fazer um reconhecimento da cidade e jantar.


hotel Vientos del Sur
Pucón tem 25.000 habitantes e é eminentemente turística: águas termais, rios com corredeiras, vulcão Villarrica, lago Villarrica. Segundo as informações que recebemos, no verão a cidade “bomba”! Escolhemos o restaurante “Tio Pablo”: Mary pediu uma truta grelhada com batatas fritas e eu um filé do peixe denominado reinetaa la plancha (grelhado na chapa) e, também, batatas fritas. Tomamos um vinho “nacional” Santa Emília sauvignon blanc. A conta: CLP$ 37.000,00, propina (gorjeta) incluída. Voltamos caminhando ao hotel e fomos dormir.
restaurante Tio Pablo
Reineta a la plancha



























truta grelhada

                                                
Dica gastronômica: Restaurante Tio Pablo, Av. General Urrutia esquina con Fresia, Pucón

3° dia, 21/02, terça-feira: Pucón


ferry boat

Levantamos não muito cedo, tomamos nosso café da manhã e, em seguida, recebi um telefonema, no meu celular, do representante da empresa InOutPatagonia, que nos vendeu a travessia a San Martin de los Andes, querendo ir até o hotel e falar pessoalmente conosco. Ele nos explicou que, infelizmente, a travessia não poderia acontecer, já que o ferry-boat que atravessa o primeiro lago estava fora de operação. Esta embarcação pertence ao governo chileno e é operada por ele. Conforme as informações que havia, recebido, seu motor quebrou e só estaria funcionando 4 dias, depois que a peça necessária lá chegasse e fosse substituída. Mas que, como era do governo, eles não poderiam garantir isto. 


vapor Chucao
Ele nos ofereceu, então, transportar-nos numa van até San Martin e, depois de nos estabelecermos no hotel que havíamos reservado, faríamos um passeio de barco, pelo lago Lácar, com 8 horas de duração. Sem opções, aceitamos sua oferta e ele nos deixou um voucher com este passeio. Em seguida saímos para uma volta na cidade, de dia. Andamos bastante, percorremos várias ruas do centro e chegamos até o Molle Municipal (atracadouro), onde compramos os bilhetes para tomarmos num barco, o Vapor Chucao, e fazer um passeio de aproximadamente uma hora e meia pelo lago Villarrica. Como no Brasil estávamos no horário de verão, havia uma hora de diferença entre nosso país e o Chile. O barco saía às 12:30, eu me confundi, já que não tinha ajustado meu relógio de pulso para o horário local, então ficamos esperando a hora de embarcar. Só que, quando “caiu a ficha”, faltava uma hora para zarparmos. 
Praia Grande
Resolvemos aproveitar melhor nosso tempo e fomos caminhando até a Praia Grande. A água estava muito fria e o sol muito agradável. Mesmo assim não animamos a dar um mergulho. A areia é proveniente das rochas vulcânicas, daí ser escura e de grande granulação, entretanto a água é limpíssima, transparente e convidativa. Ao voltarmos para o embarcadouro, passamos pelo Biergarten, um barzinho acolhedor, com mesas e guarda-sóis na calçada, especializado na gastronomia alemã e com diversas cervejas artesanais para oferecer. Fizemos um pit-stop e saboreamos duas geladíssimas canecas da cerveja Carter, uma do tipo lager e a outra bock, ambas supersaborosas e que vieram bem a calhar, devido ao calor
Biergarten
e à sede proveniente da caminhada. Saciada a sede, embarcamos no Chucao e fizemos o passeio por aquela água cristalina. De volta à terra firme, perambulamos mais um pouco e fomos ao hotel. Descansamos, tomamos um banho e saímos para jantar. Observamos que o movimento de turistas era enorme, nos bares restaurantes e nas ruas. Artistas de rua se apresentavam, fazendo acrobacias e encenando atividades engraçadas, pelas quais todos se divertiam e, quase sempre, deixavam uns trocados como incentivo. Entramos no restaurante “Los Lagos” e pedimos: lomo vetado (um bifão de filé mignon sem gordura) com ensalada para Mary e um bife de chorizo (contrafilé) com papas salteadas (batatas salteadas) para mim. Para acompanhar bebemos uma garrafa do vinho Santa Rita 120 3 Medallas cabernet sauvignon. Finalizei com um café espresso e pagamos, com a propina, CLP$46.500,00. Voltamos andando ao hotel e fomos dormir.
restaurante Los lagos


lomo vetado y ensalada


























bife de chorizo y papas salteadas

Santa Rita Medalla Real
























Dicas gastronômicas:
- Restaurante Biergarten, Lincoyan 361 A, Pucón
- Restaurante Los Lagos, calle Miguel Ansorena, 302, Pucón

4º dia, 22/02, quarta-feira: Junin de los Andes, San Martin de los Andes



estrada pavimentada com rípio

A van chegou pontualmente às 7:00 da manhã. Tinha chovido bastante, durante a noite, mas nesta hora havia só uma garoa. Vale lembrar que, na noite anterior, informamos ao pessoal do hotel que iríamos sair cedo e prontamente se dispuseram a preparar um café da manhã especial, já que, oficialmente, o horário para o desayuno era entre 8 e 10:30. Alimentados e com as bagagens prontas para esta próxima etapa, tomamos lugar na van, que era conduzida pelo Sr. Jaime e tinha como guia o Luis António, estudante de turismo que termina seu curso em meados deste ano. A estrada é boa e passamos por Curarruhue e pelo lago Tromen.
aduana chilena
 São 160 km de asfalto e 20 de rípio, que é um pavimento de terra e pedrinhas soltas e é preciso muito cuidado ao dirigir, pois derrapar ali é muito fácil. Passamos pelas aduanas chilena e argentina, sendo que a empresa que nos transportou cuidou de toda a documentação necessária, assim como das taxas que tem que ser pagas na Argentina. 



vulcão Lanín
A paisagem, com vista para o vulcão Lanín, é deslumbrante, ainda mais porque o céu estava limpo, sem nuvens. 









Chegamos a Junin de los Andes, onde o Jaime fez questão de nos levar até a igreja local, que tem uma história de uma menina nascida no Chile e que virou santa na Argentina é a igreja de Nuestra Señora de las Nieves.
igreja de N.S. de las Nieves

Mais alguns quilômetros e alcançamos
San Martins de los Andes, às margens do lago Lácar, onde havíamos reservado 3 noites no Apart Hotel Robles Del Sur. A cidade é bem planejada, com ruas largas e arborizadas e com muitas de suas construções feitas com troncos de madeira, envernizados, muito bonitos e que trazem aquele aspecto de acolhimento, de aconchego. 

San Martin de los Andes
Deixamos nossas bagagens no hotel e fomos dar uma pequena volta na cidade, quando aproveitei para sacar um pouco de pesos argentinos num caixa eletrônico. 







apart hotel Robles del Sur
Fomos deixados no molhe, onde já estava atracada a lancha Patagónia I, na qual faríamos o passeio no lago Lácar, apresentamos nosso voucher no guichê da empresa e aguardamos até a hora da saída, às 12:30 h. Embarcamos, debaixo de um sol de verão “tropical” junto com mais umas 30 pessoas e desatracamos. 




lancha Patagónia I




Após uma hora e meia navegando nas águas cristalinas do lago, fizemos a primeira parada: Puerto Don Bruno. E o primeiro pit stop, claro!


Puerto Don Bruno



É um balneário, com um bar/restaurante, onde ficamos durante uma hora, e pudemos saborear cervejas Quilmes bock e blanca, long-necks bem geladas, uma cazuela (cumbuquinha) de queijo provolone defumado cortado em cubos e outra com jamón crudo (presunto cru) fatiado, ambos deliciosos. Vinham acompanhados de fatias de pão francês e nachos, além de um molho igual ao nosso conhecido como “à campanha” e pepininhos em conserva (pickles). Observamos que a maioria das pessoas que desembarcaram ali, junto conosco, almoçavam, e os pratos que passavam estavam bastante apetitosos. Mas guardamos nosso apetite para um bom jantar, à noite. A conta: ARG$80,00. 

pit stop
cascata Chachín
Embarcamos novamente e navegamos mais uma hora, até a próxima parada: Puerto Chachín, onde fizemos uma caminhada de 40 minutos por uma trilha, dentro da floresta, até a Cascata Chachín, uma queda d’água com quase 30 m de altura! 





A escala seguinte foi na Isla Santa Teresita (Ilha Santa Teresinha), onde há uma pequena capela, construída no início do século XX pelos madeireiros alemães, que ali se instalaram para explorar a madeira nativa das florestas locais. Contam os historiadores que, naquela época, os casamentos eram realizados nesta capela e, as noivas, tinham que vir remando seus pequenos botes até ali (e depois encarar uma “lua de mel”...)!
capela Santa Teresita

                                  
Dali seguimos navegando até Paso Hua Hum, quase na fronteira com o Chile, onde paramos e desembarcamos mais uma vez. Ali existe uma cafeteria/restaurante, para um reabastecimento, onde compramos água mineral. Enfim, reembarcamos e retornamos a San Martin de los Andes, onde chegamos por volta das oito e meia da noite. Fomos, então, jantar no restaurante “Ku de los Andes”, referência gastronômica na cidade. 
restaurante Ku de los Andes


Mary saboreou uma milanesa de ternera a napolitana (um bife à milanesa de vitela fininho e macio, coberto com queijo mussarela derretido e fatias de tomates frescos) e eu pedi brochette de ciervo (cubos de carne de veado, de cebola e de bacon, grelhados) acompanhado de legumes também grelhados. Bebemos um vinho delicioso: Sol Amante, da vinícola argentina Escorihuela, malbec (a uva emblemática da Argentina), 2011. A conta: ARG$211,00 (US$50.00). 
milanesa de ternera a napolitana

brochette de ciervo






















vinho Sol Amante














Após esta refeição só nos restou ir para o hotel e cair nos braços de Morfeu...

               
Dica gastronômica: Restaurante Ku de Los Andes, Av. San Martin, 1053, San Martin de los Andes

5º dia, 23/02, quinta-feira: San Martin de los Andes

Como em nossas diárias do apart hotel Robles del Sur não estava incluído o café da manhã, saímos cedo e fomos procurar um cafeteria ou algo similar. Encontramos a “Panaderia y Pasteleria Unser Traum”, onde nos sentamos e Mary pediu um jarrito de café com leche (pensando que era um jarrinho, mas, na verdade, é uma xícara menor do que uma “média” e maior do que uma para café espresso), um pão francês com queijo e fatias de tomate e, eu, pedi uma xícara de café com leite e um sanduiche quente de presunto cru e queijo, no pão francês.
Nosso plano para este dia era andar bastante pela cidade, comprar passagens de ônibus para ir a Villa la  Angostura, no dia seguinte e, ainda, comprar as passagens de ônibus para seguirmos viagem, no outro dia, para Bariloche. Chegamos à conclusão que seria melhor alugar um carro para visitar Angostura, já que ficaríamos na dependência dos horários dos ônibus. Na La Patagónia Rent-a-Car (Av. Villegas 305) fomos recebidos pelo Sr. Daniel, que nos ofereceu um Chevrolet Corsa, 2 portas, por US$65 a diária, 300 km livres e ARG$0,55 por quilômetro adicional. Combinamos de pegar o carro às cinco da tarde deste dia, para devolvê-lo dois dias depois, pela manhã. Como o escritório da locadora é em frente a estação rodoviária, o acerto ficou ótimo: no dia de embarcar para Bariloche, vamos com o carro e as malas até o escritório e pronto! Então perambulamos pela cidade o dia inteiro. Paramos, no início da tarde, na Casa das Empanadas, que já havíamos visto pela manhã. Só não sabíamos que não era para se comer ali: o funcionamento era "delivery"! Compramos 4 unidades, assadas na hora, fomos até um supermercado, compramos 2 cervejas long-necks Quilmes geladas, nos sentamos num banco da Plaza San Martin e, ali mesmo, fizemos nosso pic-nic... 
helados Mamusia
Andamos mais um pouco, nos deparamos com a Heladeria (sorveteria) Mamousia, tudo artesanal, e não resistimos: eu experimentei uma casquinha com uma bola de doce de leite com amêndoas junto com uma de amoras e Mary uma de chocolate com amêndoas junto com uma de creme de avelãs, todos inesquecíveis!
Voltamos ao hotel, descansamos um pouco e nos preparamos para sair e jantar. Havíamos pedido ao Sr. Daniel que nos desse uma “dica” onde poderíamos comer um ótimo cordeiro patagônico. Ele nos forneceu 4 endereços, classificados em ordem de benefício/custo. Fomos direto ao nº1, denominado “Colorado”
Restaurante Colorado


Chegamos cedo e, conforme a promoção existente, quem entra no restaurante antes das 20:30 h, tem 10% de desconto! Melhor ainda, já que eram sete e meia da noite... O dono, Carlos, estava lá e perguntamos se havia cordeiro, naquela noite. Ele respondeu que sim e nos acomodou em uma mesa, sugerindo uma “entradinha”: um pratinho com fatias de trucha (truta), de ciervo e de jabalí (javali), todos defumados, junto com fatias de pão fresco. Pedi um vinho malbec Don Nicanor, 2009. 
fatias de trucha, de ciervo e de jabalí










Os pratos: sorrentinos de trucha y salsa de hongos (uns raviólis grandes, recheados com truta 
defumada e cobertos com molho cremoso de cogumelos) para Mary, 


sorrentinos de trucha y salsa de hongos




cordero patagônico asado












cordero patagônico asado salada de rúcula, tomates e palmito, para mim.










Ficamos conversando um bom tempo com o Carlos e ele nos disse que irá abrir uma filial no Rio de Janeiro, no ano de 2013, visando a Copa do Mundo! Vai se dar bem, com certeza! Tudo estava muito saboroso, diga-se de passagem: a “dica” do Sr. Daniel foi perfeita... Para encerrar, tomei um espresso, pagamos ARG$211,00 (de novo!) e fomos para o hotel, dormir.

Dicas gastronômicas:
- Panaderia y Pasteleria Unser Traum, General Rocca, 868, San Martin de los Andes
- Helados Mamousia, San Martin, 601, San Martin de los Andes
- Restaurante Colorado, General Viegas, 659, San Martin de los Andes

6º dia, 24/02, sexta-feira: Villa la Angustura e Villa Traful


No dia anterior tínhamos resolvido que experimentaríamos algo diferente, utilizaríamos a pequena cozinha do quarto e tomaríamos um pequeno café da manhã ali mesmo. Havíamos comprado no supermercado duas caixinhas tetra-pak com cappuccino, similares às que existem no Brasil com achocolatados, e um pacotinho com uns biscoitos pequenos, doces, chamados “galletitas de la abuela” (biscoitos da vovó). Então aquecemos o cappuccino numa panelinha e aproveitamos este nosso desayuno
Pegamos o carro alugado e rumamos para Villa la Angostura
Villa la Angostura
Os primeiros 52 km são de asfalto e, dali em diante são mais 50 de rípio. Como não tínhamos pressa, fomos curtindo a paisagem, que variava entre floresta, lagos e rios encachoeirados. Finalmente chegou o asfalto de novo, depois de quase duas horas de viagem e faltando ainda uns 10 km até o centro da cidade. Lá chegando, estacionamos e saímos à procura de um local para tomarmos um espresso e comer algo. 
croque monsieur
Achamos uma cafeteria logo na primeira esquina, na entrada sul da cidade. Pedimos espresso dopio (duplo), chocolate quente e um croque monsieur, aquele misto quente com queijo gratinado por cima. Devidamente abastecidos, fomos perambular. Havíamos estado por ali três anos atrás e, após a nuvem de cinzas vulcânicas que assolaram a cidade, ocorrida no ano de 2011, oriundas do Vulcão Puyehue, a cidade, que era linda e florida, está um tanto quanto suja e descolorida, alguns terrenos ainda cobertos pelas cinzas, alguns telhados danificados e não recuperados, enfim, perdeu o encanto que encontramos ali em nossa viagem anterior. Passeamos pelo comércio local, com muitas opções de artesanatos (comprei um conjunto com três peças entalhadas em madeira que são imagens de patos selvagens voando, que irei colocar na parede da varanda de nossa casa de campo) e resolvemos retornar para San Martin, porém passando por Villa Traful, um lugarejo que fica às margens do lago de mesmo nome.
Villa traful
A estrada para lá parte da que vai para San Martin, 32 km depois de Villa la Angostura, entrando à direita e rodando mais 30 km de rípio. A pequena vila é constituída por um escritório dos Guarda-parques, uma capela, um escritório da administração, um belo hotel em construção, um molhe de abrigo para pequenas embarcações, chalés para férias e um pequeno






restaurante-bar, a Casa de Té da Chef Ñancu Lauhen




Como não poderia ser diferente, fizemos um pit-stop e saboreamos cervejas artesanais locais, uma negra (escura) e uma rubia (clara, meio turva), acompanhadas por uma provoleta especial: uma fatia de queijo provolone derretido, coberto com ovos mexidos e com fatias de tomates frescos, salpicados por orégano. 


                                                        trucha rosada ao limón
milanesa de cervo com purê de calabaza
Retornamos, então, a San Martin, usando o mesmo caminho de ida, aonde chegamos por volta das sete e meia da noite. Passamos no supermercado e compramos nosso café da manhã do dia seguinte: cappuccino na caixinha tetra-pak, pão para hamburger, queijo e presunto cozido fatiados. Abastecemos o automóvel com nafta super, deixamos as compras no hotel, paguei a conta da hospedagem e, devido ao sucesso do jantar da noite anterior, resolvemos repetir a dose: lá fomos nós novamente para o Restaurante ColoradoDesta vez eu pedi trucha rosada ao limón (um filé de truta salmonada grelhada e coberta com molho de manteiga e limão), acompanhada por papas espanholas (batatas cozidas e salteadas no azeite). Mary pediu milanesa de cervo com purê de calabaza (um bife de carne de veado preparado à milanesa, acompanhado por purê de abóbora).
Para beber, uma garrafa do Newen sauvignon blanc. Encerrei com um espresso e fechamos a conta: ARG$190,00. Voltamos com o carro e estacionamos no pátio do apart hotel, fomos arrumar as malas, tomar banho e dormir.
Dica gastronômica: Casa de Té Ñancu Lahuen, Villa Traful